Boliviana que apontou erro em plano de voo da LaMia pede refúgio ao Brasil

A funcionária de controle do tráfego aéreo boliviana Celia Castedo, apontada como responsável por ter autorizado o plano de voo do avião da Lamia, que sofreu acidente com time da Chapecoense, pediu refúgio ao Brasil.

“Ela alegou que está sendo perseguida e tida como um bode expiatório, a única culpada pelo Ministério Público Boliviano neste acidente. Ela diz que não tinha autonomia para pedir que o avião decolasse. Então foi feito o pedido de refúgio aqui na delegacia, que é enviado automaticamente ao Ministério da Justiça por meio de um sistema computadorizado. Mas a partir de agora, ela já pode ir para onde quiser aqui no Brasil”, explicou o delegado Sergio Luis Macedo, da Polícia Federal de Corumbá (MS), ao “UOL”.

Celia recebeu o plano de voo uma hora antes da decolagem e teria questionado o tripulante Álex Quispe sobre cinco tópicos, entre eles o tempo de voo previsto de Santa Cruz de la Sierra até o aeroporto de Medellín, por ser igual à quantidade de combustível no avião. Mesmo com os questionamentos, o voo foi autorizado.

O Ministério Público Federal emitiu nota sobre o pedido de Celia:

A boliviana C.C.M foi atendida na Procuradoria da República no município de Corumbá/MS. A Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República, em coordenação com as procuradoras Gabriela Tavares e Maria Olívia, vai solicitar aos órgãos federais competentes as medidas cabíveis, conforme as normas internacionais e o direito brasileiro.

C.C.M. trabalha na Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (Aasaana) e teria apontado problemas no plano do voo que transportava a delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulantes para a cidade de Medellín, na Colômbia, em 28 de novembro.

A Aasaana teria enviado ao Ministério Público boliviano notícia-crime por “não cumprimento de deveres” e “atentado contra a segurança dos transportes” e estaria suspensa de suas funções por suspeita de negligência.

Na quarta-feira, dia 7, dois procuradores brasileiros participarão de reunião de trabalho com membros dos Ministérios Públicos boliviano e colombiano, para participar dos trabalhos de investigação sobre o acidente do voo CP2933 da Lamia.

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