A bandeira do Império Serrano

Foto: Reprodução de InternetA bandeira do Império Serrano mantém nas suas medidas a proporção usual nos pavilhões de escolas de samba contemporâneas, em que a largura equivale ao dobro da altura. Nas cores verde e branco, que caracterizam a escola, é formada de 12 raios, oito verdes e oito brancos, intercalados, a partir de duas circunferências concêntricas centrais. Na maior delas está escrito em letras douradas G.R.E.S. IMPÉRIO SERRANO, envolvendo a parte superior da circunferência menor, onde se vê centralizada a Coroa Imperial Brasileira, ou Coroa do Segundo Império, símbolo da escola. Na base desta, há aplicação de pedras coloridas.

A bandeira do Império Serrano foi inspirada na da Império da Tijuca, agremiação que serviu de modelo aos fundadores. De acordo com a tradição, foi na casa de D. Eulália do Nascimento, na Rua Balaiada nº 142, no morro da Serrinha, no dia 23 de março de 1947, que tais decisões foram tomadas, a partir de iniciativa de Sebastião de Oliveira, o Molequinho, irmão de Eulália. Este episódio é narrado de forma poética pelos compositores Paulo Debétio e Paulinho Resende no samba O imperador, em homenagem ao compositor Mano Décio da Viola, no trecho em que se assegura ser o homenageado um dos fundadores da escola:

Você que fundou o Império
E não se vestiu de imperador
Ficou sendo lá no Serrano
Apenas o Mano, poeta e cantor
De braço com Mestre Fuleiro,
Molequinho e outros bambas
Na casa da Dona Eulália
Pintaram de verde e branco
A bandeira do samba.

As cores da escola foram objeto de debate e divergência, os primeiros depois de tantos anos de autoritarismo que afastava os dissidentes do Prazer da Serrinha: enquanto Molequinho, que já sugerira o nome IMPÉRIO SERRANO, aceito por unanimidade, propunha as cores azul e amarelo ouro, Antenor Rodrigues de Oliveira sugeriu verde e branco, pensando no efeito que essas cores produziriam nas fantasias. Molequinho foi voto vencido e a democracia foi a grande vencedora, imperando até hoje.

É justamente de Seu Antenor o primeiro samba-exaltação ao Império Serrano, destacando em seus versos as cores da escola:

O branco é paz
O verde é esperança
Diz o ditado
Quem espera alcança
Eu esperei e alcancei
Império tudo por ti farei.

O pavilhão da escola, em sua concepção original, pode ser visto no filme Tudo azul, de 1952, um musical da Flama Filmes produzido por Oswaldo Massaini e no qual o Império Serrano faz uma participação especial. Também na página 114 do livro Império Serrano: primeiro decênio, de Francisco de Vasconcelos, se pode ver o desenho do pavilhão, datado de 15 de fevereiro de 1950.

* Com colaboração de Rachel Valença

Comentários

 




    gl