‘Sem Censura’: Leda Nagle e presidente da EBC se desentendem após demissão

Leda Nagle. Foto: Reprodução/Facebook

Leda Nagle. Foto: Reprodução/Facebook

A demissão da apresentadora do programa “Sem Censura”, da TV Brasil, Leda Nagle, trouxe consequências desastrosas à gestão do presidente da EBC – Empresa Brasil de Comunicação, Laerte Rímoli. Em meio a uma crise política sem precedentes que coloca o presidente Michel Temer como acusado de receber propina de R$ 10 milhões, a forma como Rímoli está conduzindo a EBC está preocupando a área de Comunicação do Palácio do Planalto, que também foi criticada neste fim de semana por Temer. O presidente da República está visivelmente insatisfeito e já externou isso ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

A situação se deteriorou ainda mais quando a EBC tornou público, através da coluna Radar, da “Veja”, os ganhos de Leda Nagle e equipe para produzir o “Sem Censura”. A apresentadora contesta o valor e apresenta depósito com cifra mais baixa.

Coluna Radar Online. Foto: Reprodução
Coluna Radar Online. Foto: Reprodução

A resposta de Leda Nagle na sua rede social dirigida à coluna foi contundente:

“Veja como o Laerte mente. A nota fiscal de outubro de 2016 foi de R$ 86.495.97. Veja o depósito da EBC na Conta Leda Nagle:

23/11/2016 TED-TRANSF ELET DISPON
REMET.EMPRESA BRASIL DE CO 6805040 78.322,11
e ainda faltam descontar os 5% de ISS.

Radar on Line você publicaria a nota fiscal? A nota fiscal do novo contrato seria de R$ 93.064.64, lembrando que diminuidos os impostos a Leda Nagle Produções contrata 4 pessoas dentro deste salário. Ou o Laerte não sabe fazer conta ou nem sabe o que acontece na EBC. Pronto. Agora tudo escancarado. Bora lá ver quem fala a verdade. Considerando que faço um programa de uma hora e meia ao vivo todo dia que ainda é reprisado à noite. Ele paga isto por três horas diarias de produção…. não existe programa mais barato na televisão brasileira. Olha o depósito da EBC: R$ 78.322.11. Dia 23/11/2016.

Laerte Rímoli também se pronunciou através da sua rede social:

“O SHOW DA LEDA NAGLE:
Na quarta-feira, 07/12, as 11:30, na sala da presidência da EBC, no Rio de Janeiro, comunicamos à jornalista Leda Nagle que a empresa não poderia manter, em 2017, o contrato dela, da forma como estava. R$ 1,3 milhão ao ano, com o uso de estúdios e 4 produtores da empresa, na rubrica investimento, por tratar-se de co-produção. Nos meses de janeiro e fevereiro, os programas eram gravados e a profissional desfrutava de 60 dias de folga. Simples relato, já que o contrato vigente permitia essa lassidão. Os dados estão disponíveis pela lei de acesso à informação. Neste ano de 2017, uma novidade: Leda recebeu um generoso convite de um amigo (relato dela) e ficaria mais 2 semanas fora, em março, para conhecer Dubai. Presentes à reunião, o Superintendente da Tv Brasil, jornalista Caíque Novis, a Diretora de Produção, jornalista Cida Fontes e o assessor jurídico da EBC, Marcelo Nascimento. Ela entrou na sala, perguntou quem era o Caíque e disparou: o programa está ótimo, não precisa de mudanças. Quando eu disse o contrário, o mundo desabou. Você está me demitindo, gritou, furiosa. Cida tentou argumentar: seria uma prorrogação de 2 meses, até 5 de janeiro e um novo contrato, semelhante ao que temos com a jornalista Roseann Kennedy, seria discutido pelas partes. Aí Leda foi a Leda que todos conhecemos: “Não sou Roseann Kennedy, tenho 40 anos de profissão. Você sempre quis me demitir, Cida Fontes, não entende nada de televisão. Não vou brigar com você, Laerte, que é meu amigo (imagina se não fosse). Os concursados da EBC são incompetentes, desinformados, não gostam de trabalhar”. Levantou-se, parou em pose dramática na porta da sala e pespegou: “vou tornar isso público”. O título “Sem Censura” não pertence à Leda. Há 21 anos, a entrada dela na bancada, em substituição à jornalista Lúcia Leme, foi tempestuosa. Assim são as relações com Leda. É comovente ver a reação dos amigos, jornalistas, artistas que a apoiam. Cegamente, sem ter informações do outro lado (regra básica do bom jornalismo). Torço, do fundo d’alma, para que Leda Nagle encontre seu rumo. Amigos, com certeza, não lhe faltarão. De minha parte, tenho a obrigação de mudar a lógica perversa de que o dinheiro público existe para ajudar amigos e apaniguados. Respeito orçamento e acato os alertas que as áreas técnicas fazem sobre o futuro da empresa. Preocupante, como preocupantes estão as contas do país.
PS: todos, “todos”, os contratos da EBC, com jornalistas, prestadores de serviços, colaboradores, estão sendo revistos. Pegamos a empresa com previsão de R$ 94 milhões de rombo. Cortamos tanto que chegamos a um rombo de R$ 19 milhões. Isto sim uma herança maldita. Como é emblemático, e caro, determinei o fim do famoso “carro preto” do Presidente, que consumia R$ 190 mil/ano.”

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