Denúncia de pagamento de propina atinge presidente Temer e amigos

Presidente Michel Temer. Foto: Beto Barata/PR

Presidente Michel Temer. Foto: Beto Barata/PR

A delação do executivo da Odebrecht em Brasília, Claudio Melo Filho, sustentada em provas, inclusive com cópias de emails e testemunhas, não só explodiu no colo do presidente da República, Michel Temer, como atingiu o coração do Governo.

Segundo a Revista Veja,  “o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), tem um capítulo especial nas 82 páginas da delação explosiva do lobista da Odebrecht em Brasília. O ex-executivo da empreiteira denunciou que Padilha era o operador dos repasses da empresa destinados a Temer. “Para fazer chegar ao presidente Michel Temer os meus pleitos, eu me valia de Eliseu Padilha ou Moreira Franco, que o representavam. Essa era uma via de mão dupla, pois o atual Presidente da República também utilizava seus prepostos para atingir interesses pessoais, como no caso dos pagamentos que participei, operacionalizado via Eliseu Padilha”, diz Melo Filho.

“Sempre soube que Eliseu Padilha representava a figura política de Michel Temer”, diz o lobista. Por essa razão, Cláudio Melo fazia questão de estar em contato permanente com o peemedebista, seja em reuniões no Instituto Ulisses Guimarães ou no escritório da empreiteira em Brasília. Essa relação tinha laços comerciais. Quando inaugurou o seu escritório de advocacia em Porto Alegre, Padilha solicitou que Melo o indicasse para a Odebrecht, o que foi feito, segundo o delator. O escritório do ministro da Casa Civil, de acordo com o lobista, foi “o local de entrega de pagamento a título de contribuição” feito pela empreiteira para o PMDB.

Dos R$ 10 milhões, R$ 6 milhões teriam sido destinados à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo. Os R$ 4 milhões restantes teriam sido distribuídos a Eliseu Padilha, Yunes, o amigão de Temer, e a Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba.

Na noite de ontem, depois da revelação de que Michel Temer pediu R$ 10 milhões à Odebrecht em pleno Palácio do Jaburu, que teriam sido entregues parcialmente, numa mala de dinheiro, a seu melhor amigo, Jorge Yunes, que é também tido no mercado como seu parceiro em empreendimentos imobiliários, o Palácio do Planalto reagiu com a seguinte nota:

O presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho. As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente.

A Odebrecht sustenta que os pagamentos a Temer saíram do departamento de propinas da empreiteira, eram contrapartidas por favores governamentais – ou seja, propina – e também traz, como prova, um email de Marcelo Odebrecht, o MO, a seus executivos.

Nele, Marcelo diz que só aceitou pagar “depois de muito choro” e que este seria o último pagamento ao “time de MT”, Michel Temer.

No curso da noite desta sexta(9) a assessoria do presidente Michel Temer e do ministro da Casa Civil Eliseu Padilha apresentou uma nova versão: “O presidente Michel Temer tratou diretamente com Marcelo Odebrecht do pedido de doação. O presidente não se recorda da participação de Claudio Melo na conversa e reafirma que a doação solicitada foi regularmente declarada em acordo com as regras eleitorais. As informações imputadas por Claudio Melo ao ministro Eliseu Padilha e ao assessor José Yunes são absolutamente inverídicas e sem amparo na realidade”.

Leia aqui a denúncia completa feita pelo executivo da Odebrecht, Claudio Melo Filho.

 

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